Comunidades de prática no espaço escolar: possibilidades para o exercício e qualificação docente
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Data
2022-02-24Primeiro membro da banca
Cyrino, Márcia Cristina de Costa Trindade
Segundo membro da banca
Marinho, Julio Cesar Bresolin
Terceiro membro da banca
Coutinho, Cadidja
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Dentre as características que definem os ambientes educacionais - desde as formações profissionais até a atuação docente na Educação Básica - está a predisposição ao trabalho coletivo. Neste viés, são estudadas as Comunidades de Prática (CoP), que se caracterizam por um grupo de indivíduos que interagem de acordo com um tema/interesse, participando de processos de colaboração, por meio do compartilhamento de conhecimentos, recursos e práticas, para a construção de conhecimento tanto pessoal quanto coletivo. Sob este olhar, objetivamos analisar que espaços/momentos ocupados por professores atuantes na Educação Básica podem constituir uma Comunidade de Prática relevante para o trabalho e qualificação docente. Para tal, temos os seguintes objetivos específicos: (a) mapear os potenciais espaços e momentos escolares que se aproximam e/ou se distanciam da formação e manutenção de uma Comunidade de Prática; (b) investigar as contribuições destes espaços para a qualificação docentes e; (c) retratar o processo de autoformação, enquanto pesquisadora, dentro de uma CoP. Este esforço de pesquisa, de viés qualitativo-quantitativo, consiste na produção de dados por meio de questionários survey e entrevistas semiestruturadas com professores em atuação na Educação Básica. Para a confecção destes materiais adotamos as três dimensões da prática - engajamento mútuo, empreendimento conjunto e repertório compartilhado - e o senso de pertencimento. A partir dos dados gerados, empregamos a análise de conteúdo para investigação e tratamento. Inferimos que todos os ambientes escolares aqui estudados têm potencial para serem uma Comunidades de Prática, alguns com maiores percalços, outros muito próximos de já o serem. Entre os mais distantes dos eixos formadores de uma CoP, encontramos os “Colegiados e Comissões” e as “Reuniões de pais e mestres”. Já entre os constituidores de uma CoP, com todos os eixos da CoP presentes e reafirmados, obtivemos as “Formações Pedagógicas'' e as “Reuniões Pedagógicas”. Ao nos debruçarmos sobre a segunda, que continha as maiores frequências positivas sobre os eixos das CoP, confirmamos com os professores sua constituição, apresentando as três dimensões da prática e o senso de identidade e pertencimento fortemente evidenciados. Em consequência a isso, as Reuniões Pedagógicas demonstraram-se relevantes para a qualificação docente, podendo promover o senso de pertencimento à sua escola e à comunidade, estudar outras áreas, otimizar tempo de estudo e planejamento, adquirir novos conhecimentos, dentre outros. Também é colocado pela autora desta dissertação, em um exercício autobiográfico, que trabalhar em uma CoP oportunizou trabalhar de forma coletiva e colaborativa com o outro, motivou a estar e continuar na pós-graduação, favoreceu a aprendizagem espontânea e clara sobre a área de Educação em Ciências. Dessa forma, as escolas e universidades, ao desfrutarem de uma CoP para a formação de grupos, concedem aos professores e estudantes inúmeros momentos de qualificações, que auxiliam no aprimoramento da práxis docente, do convívio com o coletivo e do crescimento como ser humano, bem como motivam a reconhecerem-se como participantes ativos de uma sociedade e de uma educação democrática.
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