O absenteísmo-doença em um instituto federal de educação de 2011 a 2018

Visualizar/Abrir
Data
2020-12-04Primeiro coorientador
Bayer, Valéria Maria Limberger
Primeiro membro da banca
Dalmolin, Graziele de Lima
Segundo membro da banca
Brum, Liliani Mathias
Metadata
Mostrar registro completoResumo
No serviço público federal, a investigação das licenças por motivo saúde (LMS), concedidas pelas Unidades do Subsistema Integrado de Atenção à Saúde do Servidor Público Federal (SIASS), auxiliam na compreensão do absenteísmo-doença (AD), fenômeno referente às ausências dos trabalhadores de seus postos de trabalho por questões de saúde. Pretendeu-se estudar o AD em um instituto federal de educação do Rio Grande do Sul, determinando seus indicadores, o perfil de LMS e sua tendência temporal no período de 2011 a 2018, além de avaliar se a distribuição das licenças por classificações da Décima Revisão da Classificação Estatística Internacional de Doenças e de Problemas relacionados à Saúde (CID-10) foi associada a variáveis demográficas e ocupacionais dos servidores. Tratou-se de um estudo epidemiológico retrospectivo com a utilização de dados secundários, equivalentes aos registros de LMS dos servidores ativos, lotados na Reitoria ou em um dos onze campi do instituto, os quais corresponderam a 1.478 pessoas em 2018. Os dados foram extraídos dos relatórios gerenciais do Sistema Integrado de Administração de Pessoal e do SIASS e incluídos em planilhas do programa Microsoft Office Excel 2010, uma para cada ano do estudo. A determinação dos indicadores de AD foi baseada no modelo proposto pelo Subcomitê de Absenteísmo da Comissão Permanente e Associação Internacional de Medicina do Trabalho. Em relação às variáveis demográficas, o sexo foi categorizado em masculino ou feminino e as idades foram agregadas nas seguintes faixas etárias: ≤25, 26-30, 31-35, 36-40, 41-50, 51-60, ≥61 anos. No que tange as variáveis ocupacionais, o cargo foi categorizado em Técnico-Administrativo em Educação (TAE) ou docente e, a lotação, conforme localidade de exercício do servidor. Para verificar se a distribuição das LMS por classificações da CID-10 foi associada a variáveis demográficas e ocupacionais, efetuou-se o teste exato de Fisher, com um p-valor < 0,001. Em complemento, realizou-se a análise de componentes principais, que permitiu identificar quais associações foram mais significativas. O número de LMS foi condizente com o crescimento do número de servidores da instituição e a média da taxa de absenteísmo-doença foi de 2,27%. Doenças mentais, osteomusculares e obstétricas foram as mais frequentes, equivalendo a 26,06%, 13,68% e 9,71% das licenças, nesta ordem. Houve maior associação entre as variáveis e quatro grupos de classificações da CID-10, sobressaindo-se o referente às doenças mentais. No período, 73,14% das LMS foram para o sexo feminino, 26,85% para a faixa etária de 31-35 anos, 54,41 % para o cargo TAE e 21,25% para a lotação com maior número de servidores. Na análise de tendência temporal, as regressões indicaram um padrão majoritariamente crescente e, na comparação dos coeficientes angulares, foram verificadas taxas de crescimento estatisticamente superiores nas categorias sexo feminino e faixas etárias compreendidas entre 31 e 50 anos. Não houve diferença significativa no crescimento para cargo, expondo uma tendência similar para TAE e docentes. Sugere-se a necessidade de intervenções institucionais, principalmente na área de saúde mental e qualidade de vida, buscando a alteração nos valores dos indicadores de AD.
Coleções
Os arquivos de licença a seguir estão associados a este item: