Violentada”, De Rafael Gallo: um Corpo Metonímico

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5281/zenodo.7742152

Palavras-chave:

Corpo metonímico, Fragmentação, Feminino, Androcentrismo, Erradicação

Resumo

A metonímia é uma figura de linguagem, no qual uma palavra ou expressão é usada para se referir a outra que com ela guarde relação. Ao se aplicar o conceito para as relações de gênero, no âmbito feminino há uma tendência em substituir o todo pelas partes sexualizadas que o compõe. Dada a referida configuração, o propósito do presente trabalho é observar como esse processo transcorre no conto “Violentada”, de Rafael Gallo, cujo enredo é o primeiro contato entre uma mulher vítima de estupro, e o noivo, que vê no ocorrido uma perda de seu capital simbólico. Para o homem, o corpo violado, ainda que por força da coerção física, resume-se a coisa usufruída e a usurpação ao seu direito de posse, resultando na necessária extirpação do objeto sem valor. Em conclusão à análise, foi possível estabelecer duas premissas: a do corpo metonímico, tratado pelo noivo como se fragmentado fosse, e o corpo fluido, resposta da mulher a sua desconstrução física e social. Para dar azo ao proposto, foi realizado o levantamento bibliográfico de materiais relacionados ao tema e, posteriormente, produzidos os resumos e os fichamentos tidos como necessários. Ante a visão macrossistêmica do todo, o cruzamento de algumas informações proporcionou o estabelecimento dos tópicos constantes no presente artigo, tendo como mote responder a seguinte problemática: fragmentação do corpo feminino no conto “Violentada” de Rafael Gallo é uma etapa necessária para a erradicação do outro?

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Biografia do Autor

Maisa Cristina Santos, Federal University of Mato Grosso do Sul

Graduada em Letras (Português-Inglês) pela Universidade do Grande ABC e Mestra em Estudos Literários pela UFMS (PPG-Letras/UFMS-CPTL).

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Publicado

2023-03-16

Como Citar

SANTOS, M. C. Violentada”, De Rafael Gallo: um Corpo Metonímico. Revista JRG de Estudos Acadêmicos , Brasil, São Paulo, v. 6, n. 12, p. 267–275, 2023. DOI: 10.5281/zenodo.7742152. Disponível em: http://www.revistajrg.com/index.php/jrg/article/view/510. Acesso em: 29 mar. 2024.

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